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O computador como interface

cirurgia robotica

“Sorry Dave, I’m afraid I can’t do that” – HAL 9000 

Você já assistiu àquelas cenas em filmes de ficção científica nas quais humanos são abordados cirurgicamente por robôs totalmente autônomos? Parece uma realidade distante em um primeiro momento, mas os avanços nas áreas de automação em cirurgia, inteligência artificial e cirurgia robótica já trouxeram parte disso para o cotidiano médico e prometem trazer essa realidade na integra para os hospitais antes do que você imagina. 

 

A cirurgia robótica é uma forma de acesso cirúrgico minimamente invasivo que possui o computador como interface entre o cirurgião e o paciente. Diferente de métodos minimamente invasivos tradicionais – como a laparoscopia –, na cirurgia robótica o cirurgião não controla diretamente os instrumentos usados no ato cirúrgico. Todos os comandos são traduzidos em dados digitais, interpretados pelo computador, e então traduzidos em movimentos mecânicos úteis no sítio abordado cirurgicamente. Isso permite um grande aprimoramento na precisão, desempenho, amplitude de movimento e segurança de todo o procedimento. 

 

É importante ressaltar que não há nem se objetiva substituir o cirurgião, e sim lapidar e miniaturizar seus movimentos, sendo o computador uma ferramenta que auxilia a realização da técnica escolhida. 

 

Outra vantagem é a abertura que o computador como interface abre para a introdução de ferramentas úteis, por meio de software, que permitam a visualização melhorada de estruturas, fusão de dados de exames de imagem em tempo real por realidade aumentada, filtragem de movimentos não desejados e até certo grau de automação como a manutenção de pinças em locais específicos travadas ou mobilizando determinadas estruturas. 

 

Atualmente, existem diversos fabricantes de plataformas (conjunto de equipamentos utilizados para a realização dessas cirurgias) em diferentes estágios de desenvolvimento. O mercado é atualmente dominado pela Intuitive, com a plataforma DaVinci®. Entretanto, novas marcas estão surgindo com novas plataformas que agregam alguns avanços bastante chamativos, como é o caso da CMR com a plataforma Versius®, a qual possui como principal atrativo a modularidade.  

 

É com o objetivo de estudar esse processo de modernização na forma de realizar cirurgias que nós da LACRI estudamos e aprendemos sobre a operação, funcionamento, aplicabilidade e limitações atuais dessa tecnologia que já faz parte da realidade médica há alguns anos e a cada dia que passa tem sua aplicabilidade ampliada. 

Em breve tratemos mais tópicos acerca desse tema para complementar a seção de cirurgia robótica.  

Uma porta. Múltiplas possibilidades 

single port

Esqueça tudo o que você já ouviu sobre o Single Port ser uma técnica de acesso difícil e pouco útil. O Single Port robótico é recheado de tecnologias que permitem torná-lo tão intuitivo e prático que deve se tornar o padrão para algumas cirurgias.

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As cirurgias minimamente invasivas realizadas por um único portal (acesso) não são uma novidade, mas o que a fusão dessa técnica com o que há de mais avançado em tecnologia é. 

 

A despeito da limitação de movimentos e maior dificuldade atrelada à técnica de cirurgias por portal único (Single Port ou SP) na videolaparoscopia, a próxima geração de plataformas robóticas – algumas já em uso, como o DaVinci SP – possuem uma série de melhorias (tanto em hardware como em software) que podem reduzir significativamente as principais limitações existentes atualmente para esse tipo de acesso. 

 

A câmera e os instrumentos multiarticulados (em nível bem maior que o visto no clássico EndoWrist das plataformas DaVinci Si, X e Xi) criam novas possibilidades e abrem caminho para novas técnicas (isso inclui algumas técnicas que sofrem cronicamente com espaço e eixos de movimento limitados, como algumas cirurgias urológicas e outras transluminais). 

 

Há também aperfeiçoamento de técnicas mais novas, levando-as ao limite fazendo uso da flexibilidade oferecida pela plataforma – como o uso de plataformas DaVinci SP na cirurgia de cabeça e pescoço para tireoidectomia com acesso retroauricular ou transoral. 

 

Vendo a imagem, você provavelmente se perguntou se o robô (no caso, um DaVinci SP) era real ou uma imagem conceitual. De fato, há um visual bastante futurístico, mas não é só o visual que ganhou atenção nessa – e em outras – plataformas SP com instrumento multiarticulados. Devido o nível de complexidade (que vai desde a coordenação de movimentos até o reconhecimento da posição deles em relação aos outros), um nível sem precedentes de miniaturização, uso de materiais compósitos, otimização hardware-software e integração com a interface computacional foram atingido. Isso dá uma ideia de para onde a evolução em cirurgia robótica está indo e como o fato de ter o computador como interface permite saltos cada vez mais altos.  

 

Aqui vão algumas plataformas que achamos válido você ficar de olho e acompanhar a evolução: DaVinci SP e Titan Medical. 

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